Número de Visitantes

MÚSICA ALMA DE MOTOCICLISTA, DE FLÁVIO FARIA

MÚSICA YURI, DE FLÁVIO FARIA E VICENTE SÁ

6.4.08

COMO TUDO COMEÇOU

Comecei a pilotar, de fato, em 1982, por influência do amigo Tony Brixi, do Banco do Brasil, em Brasília, que possuía uma Yamaha RX180. Minha primeira moto foi uma Honda Turuna, ano 1980, adquirida com pouquíssimo uso. Minhas viagens naquela época se resumiam a algumas cidades próximas, como Pirenópolis e Goiânia, que ficavam, no máximo, a 250 km de Brasília. Naqueles tempos isso já era um absurdo! "Você foi a Goiânia de moto??? Você é louco???". Conviver com observações deste tipo era compreensível, porque não existia ainda uma cultura estradeira no meio motociclístico naqueles anos. Para se ter uma idéia, a Turuna (de 125 cc) era considerada uma "moto potente" nos anos 1980.
Alguns dos meus amigos motociclistas partiram para as trilhas de terra e eu fui junto. Comprei uma Honda XL250 vermelha, ano 1983, e comecei a brincar de andar nas estradas não-pavimentadas que, diga-se de passagem, eram muitas. O Distrito Federal ainda passava por uma fase de urbanização da periferia e não nos faltavam opções off road.
Em 1990 comprei a primeira Sahara 350 que apareceu no mercado em Brasília. Uma moto fantástica para aquela época. Viajei pouco com ela, porque nesse período meus dois filhos eram muito pequenos e o carro era usado constantemente.
Em 1992 separei-me da minha primeira esposa, Luciana, e no segundo semestre de 1993 tive que vender a moto por não ter onde guardá-la com segurança. Estava morando numa quitinete em uma rua comercial onde não existia qualquer tipo de garagem.
De agosto de 1993 até o final de 2004 virei um "coxinha" profissional. Só andava de motocicleta vez por outra, quando algum amigo me emprestava a sua para algum rolé esporádico. Nesse longo período de mais de dez anos sempre me dava vontade de comprar outra moto, mas cadê os amigos motociclistas? Para onde foram meus parceiros das trilhas do passado? A maioria tinha sumido e os que não sumiram estavam com outros planos, cuidando dos filhos e das dores nas costas.
Por volta de 2004 e nos anos seguintes, Brasília se tornou o paraíso dos moto clubes. Havia encontros semanais que reuniam mais de 1000 motocicletas simultaneamente. Eu ia para lá e ficava invejando aquela galera fantasiada com casacos e botas de couro, bandanas encaveiradas, capacetes personalizados etc. Em 2005, passei por algumas dificuldades emocionais e, em uma das minhas avaliações íntimas, conclui que minha vida tinha virado uma porcaria desde o dia que vendi minha Sahara. Já havia se passado mais de uma década e as coisas não podiam continuar daquele jeito. Quem um dia subiu numa motocicleta e pegou a estrada sabe que cedo ou tarde voltará para ela. Ou melhor, ela voltará para nós. Uma parceria difícil de ser rompida.
Bom, assim fui indo. Coincidentemente, no final de 2005, quando estava a serviço do Ministério da Cultura na área de Planejamento, trabalhei ao lado de um amigo, Carlos Coury, que tinha uma Tornado 250. Ele me deu total apoio para voltar a pilotar. Comprei uma Falcon 2004 e, logo em seguida, uma Shadow 600, ano 2002. Viajamos juntos pela Estrada Real, por Goiás Velho e Corumbá. Mergulhei de cabeça na vida estradeira. Minha segunda ex-esposa, Rosane, que até 2005 nunca tinha subido na garupa de uma moto, adorou a experiência de compartilhar a estrada comigo.
Nunca tive relação muito fiel com o veículo. Gosto de trocar de motos com frequência, experimentando-as. Confesso que não existe nada que se compare a uma bigtrail, que julgo ser a moto ideal para as estradas brasileiras. Nessas idas e vindas, cheguei a possuir 10 motos diferentes desde 2006. Estacionei por cerca de 4 anos na VStrom DL1000, a relação mais longa que tive com uma máquina. Agora estou pilotando uma Triumph Tiger 1200 Explorer, adquirida em dezembro de 2013.

Nenhum comentário: